17/02/06

FUTEBOL PARA VARIAR

Pensava eu, na minha inocência, que o seleccionador estaria apenas concentrado, exclusivamente, num dos maiores desafios de sempre da equipa que comanda. Que estaria tão confiante que não admitisse sequer falar na possibilidade de trocar a equipa que orienta, e que acredita vai ser campeã do mundo (ou não?), por uma outra selecção qualquer. Que fosse tão profissional e eticamente inatacável que se recusasse, de forma feroz e arrogante como é seu timbre, a falar de um novo contrato antes de terminar o que ainda tem de cumprir. Não foi este o mesmo homem que proibiu os jogadores portugueses de negociarem contratos durante o Euro 2004? Até o homem que aparenta não ter sentimentos parece ter-se deixado seduzir pelo Charme Irresistível das Libras. Mas, depois de ouvir uma entrevista em que Felipão, Big Phil para os amigos ingleses, diz que é um bom treinador e que fez um bom trabalho à frente da selecção portuguesa, não percebo a que parte do trabalho é que se estava a referir. À derrota frente à Grécia, uma equipa fraca, na final do campeonato da Europa de 2004? Às escolhas duvidosas de alguns jogadores, de talento por provar, para a equipa nacional quando nem jogam nos clubes onde estão? Aos afastamentos compulsivos de verdadeiros símbolos do futebol nacional, sem uma única explicação, lógica e plausível, ao país e aos próprios? Ao tratamento arrogante e pouco educado que dispensa à comunicação social que ousa questioná-lo? À ausência continuada do trabalho de campo que se recusa a desenvolver - e que diz fazer a partir do sofá da sala, de forma irónica - apesar de ganhar mensalmente um ordenado milionário? A que parte do seu trabalho se estaria a referir Scolari? Talvez estivesse a falar do trabalho que fez no Brasil, aí sim, digno de registo. Ainda que, com aquela selecção, difícil mesmo era não ser campeão do mundo. A entrevista de Scolari é absurda. Seria o mesmo que ouvir José Mourinho dizer que está ansioso por treinar o Liverpool ou o Real Madrid. Ou Paulo Bento aparecer a mostrar interesse em ser o próximo treinador do Benfica. Que o dinheiro dá a volta à cabeça de muitas pessoas já se sabia, mas há cargos que exigem o MÍNIMO de decoro e responsabilidade. Será que haverá alguma consequência em breve? Duvido. Vai uma apostinha?
LT

2 comentários:

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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