15/09/09

Contra Factos....

O nosso querido primeiro-ministro canta aos quatro ventos que as contas públicas estão controladas, e as pessoas acreditam, eu até ia escrever aqui que “os ignorantes acreditam”, no entanto tenho provas que pessoas inteligentes e até bastante bem informadas e bem formadas acreditam. Pelo menos os meus caros companheiros de núcleo e de blog acreditam, censurando-me sempre que faço um post a atacar Sócrates, em relação á última posta o Serginho disse que era um “burro sem partido”. Peço desculpa a todos os Portugueses, realmente eu sou um burro sem partido, a minha ideologia política é de centro, mais centro esquerda, mas não tenho partido, sou uma vergonha, onde já se viu isto, pensar antes no País que na agenda particular de uma pessoa ou um partido, sou uma vergonha.
Mas vamos lá ao cerne da questão, as contas públicas, e o endividamento do estado, que o PS e José Sócrates querem aumentar com o TGV. Sócrates chega ao fim do mandato com um défice da ordem dos 7%, dívida pública de 80%, peso do Estado na economia de 50%. E Sócrates tenta passar a ideia de que só aumentou o IVA e que até já chegou a defender que o PS durante este mandato baixou os impostos. Na verdade, Sócrates aumentou o IVA, o ISP, o imposto sobre tabaco (este até foi bem visto, o Jamir diz que não, mas eu acho bem) e o IRS. Estes aumentos de impostos acrescem ao aumento do IVA pelo governo CDS/PSD. Ou seja, Sócrates não só não controlou as contas públicas como reduziu a margem para resolver as contas públicas pela via do aumento dos impostos. As contas públicas estão piores do que há 4 anos e a margem para as resolver é menor que há 4 anos.
Factos:
Contas públicas: Carga fiscal2004:33,8%-2009: 38%
Despesa pública total: 2004:46,5%; 2009: 47,8%
Despesa pública corrente: 2004:42%; 2009:44,3%
Crescimento do PIB: 2004: 1,5%; 2009: -3,5%, ou +
Rendimento por habitante: 2004:74,7; 2009:73;3
Endividamento: 2004:64%; 2008:100%
Poderia adiantar outros indicadores como a competitividade que também perdemos, o desemprego que atinge neste momento quase 700.000 pessoas, etc etc.
E desde que Sócrates se tornou 1º ministro, já fomos ultrapassados por sete Países da EU, Países que entraram recentemente para a Comunidade, e que também passaram pela Crise Mundial, afinal é Mundial por alguma coisa não é verdade.
E atenção, Sócrates é primeiro-ministro após o pior primeiro-ministro da história da humanidade, Pedro Santana Lopes, tendo em conta que as coisas estão piores que quando Santana Lopes era líder do Governo as coisas não abonam muito a favor do pseudo engenheiro.
Mas o maior problema de Portugal é a falta de alternativa, Sócrates é um politico vaidoso, que anuncia mas não cumpre, Ferreira Leite é uma triste que quando abre a boca só diz asneiras, até tenho medo só de pensar se a gaja é eleita primeira-ministra, Louçã e Portas são uns demagógicos radicais, e Jerónimo, coitado do Jerónimo.
Os partidários do PSD sedentos de poder, ao invés de darem alternativas para o País, limitam-se a falar mal do actual governo, vem com a treta do défice, sim o défice é superior ao que quando Sócrates entrou para o Governo, mas isso não é o principal factor que demonstra o descontrolo das contas públicas. Sim, porque como eu sou burro e não tenho partido, sei ver e admitir que se cerca de 5% deste défice se dever à intervenção do Estado na Economia como reacção à crise internacional, essa despesa será transitória. Acaba a crise, os apoios do Estado para a combater deixam de ser necessários e essa despesa desaparece, baixando imediatamente o défice.
Acontece que os apoiantes laranjas não dizem isto, o que indica que já está interiorizado que essa despesa extra não é conjuntural mas sim estrutural.
O que indica que as contas públicas não estão controladas é a forma como se chega aos 2 e tal por cento de défice orçamental em 2008. A despesa pública aumentou em todos os anos da Legislatura, tanto em valor absoluto como em percentagem do PIB. Em todos os anos foram realizadas despesas extraordinárias. Em todos os anos a receita fiscal subiu. E em todos os anos, o Estado deixou de fazer investimento público que tinha previsto no Orçamento. Como as despesas extraordinárias devem ser um expediente de recurso, não podem continuar a ser usadas indefinidamente para melhorar (mascarar?) o défice público.
A receita fiscal não pode continuar a subir.
E o investimento público não pode continuar a ser reduzido indefinidamente.
Isto significa que o défice orçamental baixou realmente mas de forma conjuntural e não estrutural (o que seria realmente controlar as contas públicas). Assim, o défice público, de 2 e tal por cento ou de 7 por cento, é uma mentira. E a afirmação de que as contas públicas estão controladas não passa de pura propaganda da máquina de estado, ou da máquina eleitoral do PS, que infelizmente se confundem. E o pior de tudo é quererem impor uma despesa pública adicional brutal, em investimentos de vantagens discutíveis e que, com os juros e défices operacionais, vai arrasar as contas públicas durante muitos anos.
O que o PS (Partido do Sócrates) está a tentar fazer não é apenas uma má opção política. É perigoso.
Vamos lá a ser pragmáticos: vivemos pior que há 4 anos? Vivemos. A dívida pública aumentou, de tal modo que aumenta 2 milhões (sim, 2!) por hora? Sim! Os projectos megalómanos vão aumentar a nossa dívida? Vão! Quem vai sofrer e pagar por isso? Nós, os nossos filhos, e os nossos netos… tudo o mais são “peanuts” (desculpa lá Sócrates pelo Inglês técnico)
Perante isto, como se pode votar na continuidade (aplicada a todos os partidos, mas principalmente a PS e PSD)

LT

1 comentário:

Vera disse...

Acho incrível ouvir pessoas consideradas minimamente inteligentes adoptar essas crenças partidárias irrefutáveis. É normal eleger-se uma ideologia política e ter maiores afinidades com este ou aquele partido, mas ser cego ao ponto de votar num símbolo apenas, é quase como ser Portista! (lol)
Os candidatos fazem um partido assim como os jogadores fazem uma equipa de futebol, e há que ser crítico e exigente para conseguir analisar se se trata ou não de uma opção válida para algo tão importante como é o GOVERNO DE UM PAÌS. Se eu puser o Xerife (o bêbado da UM) como candidato pelo PS, mesmo assim esses seguidores irrefutáveis votariam nesse partido? Não é o fato e a gravata, nem a ironia e a arrogância constante que fazem do Eng. Sócrates a melhor opção. Se o que se passou neste 4 anos de governo não chega para nos apercebermos do fundo do poço em que estamos não sei o que será preciso.
Há que ter medo de entregar a maioria de novo ao PS, o país foi literalmente extorquido, nunca os níveis de confiança dos consumidores estiveram tão baixos, os novos investidores receiam avançar, temos o maior número de desempregados de sempre, andamos a oferecer diplomas de 12º ano, a nossa política criminal é o paraíso da máfia…
Poderia passar horas a apontar defeitos a um governo cuja arrogância e insolência não permitiu avaliar as reais necessidades dos trabalhadores, dos reformados, dos desempregados, dos utentes… do povo português.
E a verdade é que no meio de tanta lixeira não consigo lembrar um benefício sequer.