03/07/08

Campanha Eleitoral, Ups, Entrevistas !!!


Não vi a entrevista de José Sócrates ontem á RTP, ou pelo menos não a vi na totalidade, e por vários motivos. Não vi a entrevista do primeiro-ministro toda porque vi a entrevista de Manuela Ferreira Leite no dia anterior á TVI, e não gostei. Primeiro MFL confirmou a ideia pré-concebida que tinha dela, não tem perfil de líder, mas o perfil que estou a falar é em termos de carisma, ela pura e simplesmente não tem. È apagada, discreta, uma verdadeira tecnocrata, e só se enterra quando tenta fazer passar precisamente a imagem contrária, pois vem com as suas politicas sociais, que por acaso não tem qualquer fundamento na economia actual, e ela sabe-o, daí as suas notórias dificuldades quando foi cercada por perguntas de Constança Cunha e Sá. Depois há outro problema em MFL, não propriamente o político com mais legitimidade para dizer o que diz, as suas políticas económicas e financeiras eram iguais quando estava no Governo, ou seja, apertar o cinto, pedir sacrifícios, controlar o défice. O governo de MFL e do PSD era a favor do TGV, obra que me parece totalmente desnecessária, porque os custos benefícios são favoráveis aos custos, no entanto agora ela á contra. Uma obra que apenas vai tirar 20 min de viagem entre Porto e Lisboa ao actual alfa pendular, é ridículo, tendo em conta o investimento necessário. Não me venham com tretas que vai ser investimento privado, são tretas, o “investimento privado” em Portugal é o do costume, dos bolsos dos contribuintes. A entrevista de MFL foi má, e isso tirou-me a pica de ver a resposta de Sócrates, porque ele não precisava de responder.
Depois para piorar a situação, Sócrates começou logo a entrevista com aquela treta dele, a mesma que faz na campanha eleitoral, a mesma que faz no parlamento nos debates quinzenais. Não responde às perguntas, faz campanha pelo que fez bem, e se insistem nas perguntas (raro na RTP) diz que compreende muito bem as dificuldades dos portugueses etc. Sócrates é sem dúvida um político brilhante, o homem é muito bom naquilo, e MFL é boa no gabinete (soa um pouco porco isto, uhhh).
O primeiro-ministro usou das suas habitais estatísticas, mesmo que elas sejam enganosas, por isso não valeu a pena ver o resto da entrevista porque aquilo não era uma entrevista, era campanha, e isso já estou eu cheio de ver. Nem sei se ele falou nas fantásticas estatísticas das provas de aferição e dos exames nacionais deste ano, que todos sabemos como foram conseguidas, não sei se falou, porque estava sem paciência para campanha eleitoral.
Resumindo, uma entrevista péssima de MFL, uma entrevista de mais do mesmo de Sócrates, dá um resultado de nenhuma de jeito, e assim tira-me a pica de ver entrevistas politicas em Portugal, vou ver a campanha eleitoral do Zimbabwe, sempre é mais interessante
:).

LT

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