03/02/08

Ambiente

O futuro do abastecimento energético constitui talvez o maior e mais importante desafio da humanidade para a próxima década. É na escolha do tipo de energia que nos irá alimentar que assenta a sobrevivência do planeta enquanto sistema biológico e a sustentabilidade da economia na qual o nosso modo de vida assenta, e o grande problema é justamente conciliar estes dois aspectos até aqui incompatíveis.

Incompatível pois, inicialmente usava-se carvão como fonte de energia, é sabido que o carvão imite para a atmosfera quantidades massivas de gases causadores de efeito de estufa, e o que se usa actualmente, o petróleo, não é muito melhor. No entanto a energia á fundamental para a humanidade, não só para manter o nível de vida actual, como para manter a sustentabilidade económica. Ora veja-mos, o crescimento económico requer energia e a energia gera crescimento económico, um processo que ninguém deseja ver interrompido. Analisando o seguinte ciclo compreende-se: a riqueza suscita vontade de fazer compras, as compras geram procura, a procura requer mais fábricas e mais matéria-prima, as fábricas e a matéria-prima produzem mais bens, a produção de mais bens gera crescimento económico, o crescimento económico suscita vontade de fazer compras, as compras geram procura, e assim por diante, ou seja actividade económica e energia são duas faces da mesma moeda. No entanto esta relação é algo que nós europeus tal como os americanos mal percebem, pois estamos habituados á abundância que nem vemos essa relação. Aceitamos tudo como quem aceita o ar que respira, é como se fosse um direito adquirido. Mas quem vive nos países mais pobres tem perfeita consciência da importância da energia para conseguir que a vida ande para a frente. Falta-lhes tudo e sobretudo energia, logo dão-lhe muito valor. Eles sabem que precisam de electricidade para iluminar a sala de aulas e para pôr a funcionar uma bomba de água potável, e sabem que precisam de gasóleo para fazerem mexer o tractor necessário para a colheita que lhes irá matar a fome etc. Daí o facto de países em desenvolvimento como China e Índia serem grandes poluentes, é que para além de estarem a poluir, estão a poluir muito devido á sua enorme densidade populacional.

A China já ultrapassou os países industrializados na procura de electricidade e de combustíveis industriais e o país é neste momento o segundo maior consumidor de energia. Dentro de algum tempo a China emitirá um quinto de todo o dióxido de carbono lançado para a atmosfera. Agora juntem á China todos os países que se querem desenvolver, a Índia, Rússia, América Latina, para além da Europa e EUA. Todos querem carros, frigoríficos, ar condicionado, TV, tudo! Imaginem o impacto que isto terá na produção de calor e no consumo dos recursos energéticos existentes.

O clima está a alterar-se a olhos vistos, chove mais no leste do continente americano e no norte da Europa e menos no sul da Europa, em África e na Ásia. Aumentou a actividade dos ciclones no Atlântico Norte, tal como no Atlântico Sul entre muitas outras coisas.

E tudo isto devido á queima de combustíveis fósseis, mas porque não paramos nós imediatamente com isso? A resposta já se deu anteriormente, por causa da sustentabilidade económica. A actual economia mundial não se sustenta com pessoas a andar a pé. Sem o petróleo ou outra fonte de energia, como andaremos de carro, de comboio, como nos aqueceremos no Inverno e refrescaremos no Verão? O petróleo mais caro significa tudo mais caro, a economia entrará em recessão, o colapso económico é iminente. Com este colapso económico virá grande agitação social, fome, pilhagens, caos, a nossa civilização fica perto de se desmoronar.

Pode parecer uma visão apocalíptica da situação actual, mas garanto que não está muito longe da realidade, e é assente em várias pesquisas efectuadas em documentos e estudos credíveis. Para as alterações climáticas usei “Climate Change 2007; The Physical Science Basis”, divulgado em Paris pelo galardoado com o prémio Nobel da Paz, Painel Intergovernamental para as alterações Climáticas criado pela ONU. Sobre o fim do petróleo e o problema da sucessão energética consultei documentos das próprias petrolíferas, tal um livro “ The end of Oil” de Paul Roberts, isto só para citar os principais, também li recentemente “O Sétimo Selo” de José Rodrigues dos Santos, um óptimo romance que foca também a situação ambiental do planeta e a próxima etapa na energia mundial.

Podem portanto acreditar que tudo o que escrevi não é fruto da minha imaginação, é a triste realidade, e se não for feito nada num futuro próximo cada vez será pior, temos que parar com a queima desenfreada de combustíveis fosseis, e temos que arranjar uma solução energética para o futuro.

LT

1 comentário:

Deixa tar que eu faço disse...

Fodass...
...este blog já se preocupa com o ambiente e tudo...

...daqui a pouco estamos para aqui a dizer que as mulheres tambem deviam votar...

NS