Deixa tar que eu comento

Semana negra nas competições europeias para o futebol português, onde só mesmo o mais improvável – Sporting - salvou a honra do convento.

No Dragão, a surpresa maior, o Porto super-favorito numa noite de clara infelicidade viu os alemães seguirem em frente sem saberem bem como. Ou talvez saibam. Uma exibição memorável daquele que, como apanha-bolas, viu o Porto campeão europeu em 2004, explica muito do que se passou no estádio azul e branco. A juntar a isto, a deficiente capacidade concretizadora de homens como Tarik ou Quaresma, deixou os portistas remetidos apenas ao consumo interno. Num encontro em que o Porto até deixou bem claro que é seguramente superior (e que o foi mesmo no conjunto das duas mãos) à equipa germânica. Depois de Bayern, Bayer Leverkusen e Werder Bremen, foi a vez do Shalke 04, se tornar na 4ª equipa alemã a eliminar formações portuguesas esta temporada.

Na Luz, o Benfica voltou a claudicar, desta feita diante de uma equipa que, mesmo que voluntariosa, está longe de ser de alto nível europeu. No entanto, uma expulsão prematura e patética da sua referência no ataque (Cardozo), a lesão do patrão da defesa (Luisão) e ainda um primeiro golo “às três tabelas” dificilmente poderiam resultar num desfecho diferente. O resultado (1-2) deixa a eliminatória praticamente resolvida e nem mesmo o golo do ex-futuro Eusébio (leia-se Mantorras) evitará que a viagem até aos arredores de Madrid se torne em pouco mais do que cumprir calendário. Mas, pelo menos desta vez, pouco mais se poderia exigir a este Benfica do que aquilo que a equipa deu.

O Sporting é que acabou por menorizar esta semana negra dos portugueses. Em Inglaterra, e mesmo tendo pela frente um Bolton que vai penando na Liga Inglesa, a tarefa não se antevia fácil. Contudo, os leões conseguiram um excelente resultado que abre grandes expectativas para a segunda-mão (1-1). É claro que uma olhadela sobre a última eliminatória, deixa perceber que o Bolton tem capacidade para surpreender extramuros, ainda assim o Sporting tem, apesar da má temporada em Portugal, capacidade mais do suficiente para contornar estes “bifes”.

Por Carlos Ribeiro