17/03/08

Estranha Forma de Vida

Sinto-me mal, sinto-me como nunca me senti, não tenho nenhum hematoma no corpo mas dói-me o corpo todo. Não tenho alegria, não tenho personalidade, não falo, não bebo, não como.

Sou inexistente, nem a inexistente chego, pois para ser inexistente é preciso “”ser”. Eu não sou, já fui, mas não sou… Caí num poço, bati no fundo. Preferia ficar sem tecto, mas fiquei sem chão, fiquei sem equilíbrio, o poço não tem fundo, ou se tem, o fundo abriu-se debaixo de mim.

Sinto-me mal. Sinto-me quebrado, sinto-me perdido, estou transparente. No meu coração, ou melhor, no local onde antes estava o meu coração, agora está frio, está gelado, cai neve, cai neve, neve…

Estou sem imaginação, sem paciência, sem cabeça e sem coração para escrever, ainda assim as palavras são vomitadas pelas pontas dos meus dedos, como se uma série de rendilhados se trata-se.

Por vezes, por muito sol que os dias tenham, por muito calor que esteja, tudo parece tão negro, com tanta neblina, com tanta incerteza, fria como geada.

Quero explodir, quero derreter, quero regredir, quero desaparecer. Não fosse o facto de já ter desaparecido, desapareceria. Já não sei se sei o que é sentir, já não sei se sei o que é viver, estou em estado vegetativo e não estou de ressaca, nenhuma ressaca me fez sentir tão mal.

Mas não posso fugir, a vida não é assim tão fácil, não posso regredir, Não posso esconder-me e esperar que a neblina passe, que chegue a luz, que passe o frio, tenho que ficar e aparecer, tenho que penetrar nas trevas e na escuridão quão D.Sebastião entre o nevoeiro, mas sem cavalo branco.

Tenho que ficar, tenho que lutar, tenho que consertar o que está mal. Vai ser difícil reparar, vai ser difícil reconstruir, vai ser difícil, mas não vou desistir, não me vou vergar, não vou torcer, antes quebrar, antes quebrar.

Não sei qual é o caminho, não sei as curvas, não conheço os cruzamentos, não sei… Só sei o fim, só sei o destino, como lá chegarei não sei, mas chegarei. A verdade é que sempre tive esse objectivo em vista, a verdade é que nunca duvidei, a verdade é que mais percalço, menos percalço lá chegarei.

Reflecti, pensei, falei, expus, os meus dedos dedilharam os meus sentimentos, estão sujos, estão pretos, estão obscuros tal como o meu coração e os meus pensamentos, espero ter expulsado tudo, e o que resta perde-se quando cortar as unhas.

Ufa, sinto-me melhor, mal na mesma, mas melhor.

LT

PS:Este texto foi escrito a passada sexta á noite

1 comentário:

Deixa tar que eu faço disse...

uí como tu andas rapaz.......umas cubinhas no preto e isso fica já bom


NS