Uma aventura na Serra
Enquadramento geral: a minha mãe resolve fazer uma excursão à Serra da Estrela juntando família e amigos. Excelente ideia né? Promissora desde a nascença…
O jami tinha que trabalhar, o Cainhos tinha que levar a mãe ao IKEA (LOL) e o Serginho…bem, o Serginho…não vai dar! =) Eu, o Né e o Luís como não arranjamos uma desculpa para faltar tão plausível quanto estas 2 últimas que mencionei lá aceitámos ir…
Uma semana antes do referido evento a minha mãe incumbiu-me da complexa tarefa de comunicar a hora da partida aos outros 2. Todos sabemos que, como membro do núcleo, sou obrigado por lei a sentir dificuldade no que diz respeito planeamento prévio de eventos, capacidade de decisão e tendência para simplificar as coisas no geral; e portanto na sexta-feira às 2 da manhã (dia anterior à viagem) em conversa com a minha mãe descubro que comuniquei uma hora incorrecta, mais tardia, aos moços. Toca a mandar mensagem. O Né, sempre activo, responde imediatamente com um toque. Tenho que ligar ao Luís. Atende-me com aquela voz com que atende os clientes do Bom Gosto e com a mesma simpatia desliga-me o telemóvel na cara quando acaba de ouvir o recado.
Sábado é o grande dia (no sentido literal da expressão). 6:45 está o Luís a chegar a minha casa. Problema: Né não tem carro. Carentes de organização mas sempre com grande capacidade de improviso, vamos a toda a velocidade no Freezer (LOL) buscar o Né e chegar a tempo de não fazer o pessoal esperar (esta característica não é nossa, se calhar enganámo-nos).
Viagem de ida marcada pela vitalidade do Né. Horas de sono: 0. Cubas no bucho: estas! Ainda com o ritmo de quem não dormiu, com o telemóvel a bombar com umas músicas engraçadas, o Né contagia os restantes com a sua boa-disposição. Quase todos pelo menos. Digo isto, porque a Sameiro, apesar das piadas do Né e do Luís a berrar no banco imediatamente atrás, conseguiu dormir. Acho que é um feito digno de inscrição no livro Guiness. E assim começou a viagem, com risos e com aquele receio de fundo do Né, de um momento para o outro, começar a sulfatar aquela merda toda – com a agravante de não haverem janelas nem sacas!
Primeira paragem, 9:00 numa estação de serviço qualquer: Pequeno-almoço. O sítio não é propriamente barato, o Né não facilita e arranja logo maneira de deixar ali 4,70euros. Sem contar com OJOGO. Paragem muito rápida. A salientar apenas a frase do Né no regresso ao autocarro “Olha, se viesse sozinho já não sabia qual era o autocarro…” Nunca pior.
11:30 banquete no restaurante Lagoa em Seia: restaurante na vanguarda da decoração e de tudo em geral… Que dizer do atendimento? Uma palavra: DE QUÊ!
Primeiro tivemos a honra de sermos atendidos por um empregado com 3 dentes! Senhor muito atencioso. De seguida cito uma amabilidade muito sui generis do individuo:
“ – Estes óculos são do senhor?
– Sim – responde o Luís.
- Eu vou pô-los aqui (armário) que estão mais seguros.”
Ao pegar nos óculos, espeta com eles no chão, a deslizarem com lentes viradas para baixo. Muito atencioso o senhor.
Muda o empregado, mantém-se a classe. Simpatia Good Taste e sensibilidade de estilista. Na memória fica o diálogo:
“ – Um Ice Tea por favor.
- DE QUÊ? – num tom de voz que quase provocava uma avalanche daquela neve toda!”
O restaurante marcava pontos no tamanho das doses servidas. Não sabia que havia garrafas de Coca-cola de 200mL! (parecia um actimel!) 2colheres de arroz, meia dúzia de fêveras e cenoura para 5 pessoas, contando com o Né e o Luís é capaz de ser pouco. É claro que o Luís não podia ficar por aí e foi rapar o tacho dos outros =)
A limpeza era imagem de marca! Uma moldura na parede imponha respeito (ou não): “Desinfestado!”. Devia datar de 1800 e tal… Mas tinham de facto cuidados de limpeza dado que as bebidas sabiam a detergente!
Neve para já nem vê-la…
PS: Seia cheira muito bem! Parece coco sem channel.
14:00 Torre da Serra: Um calor do caralho! Mas com neve… É daqueles sítios que se não tem neve, ninguém lá põe os pés pois fica sem interesse algum. Mas, com neve, sim senhor, muito bonito e mais do que isso, muito divertido. Lá alugamos uns trenós que garantiram a diversão durante duas horas. De referência apenas um episódio super estúpido em que o Luís com toda a convicção do mundo espeta um pontapé num boneco de neve sem ter dois dedos de testa para perceber que a neve tem que ir para algum lado. Ora, uma senhora que estava em frente ao boneco levou com uns quilinhos de neve mesmo na mona LOOOOOOOOOL. Ficou aborrecida e nós partidos a rir…
Também de referir a paciência que o Né e o Luís tiveram com a minha irmã. Se fosse comigo ela devia estar de cabeça para baixo enterrada na neve por esta altura.
16:00 viagem de regresso: sem muita história: a neve cansa muito e o Né estava sóbrio. Digno de referência apenas umas poses menos másculas, minhas e do Luís enquanto dormíamos (como irmãos). Se por acaso essas fotos forem publicadas defendo-me desde já a dizer que nem tudo é como parece.
H
3 comentários:
mto bom sim senhor....o texto, a serra n sei.......
temos é k ir para a casita lá...é do outro mundo.
Ao IKEA.....looooooooool
NS
Sem dúvida que esta desculpa do Cainhos superou muitas do Serginho e algumas mesmo do Helinho, está quase ao nível do famoso dia de cineminha do Nando..loooool..
Em relação ao texto está fenomenal, por alguma coisa eu incumbi-te de o fazer, tens jeito para fazer textos tipo descrição de acontecimentos, muito bom mesmo.
Em relação á Serra que dizer mais? Que o Né estava bêbado, e que nós não deixamos ninguém dormir? Que a chegada a Seia ficou marcada pela alegria de ver tanta Neve? Que o restaurante, ai jasus o restaurante...Ou que deslizar na neve é altamente, mas lembrem-se de levar roupa impermeável e não levar o telemóvel nem a carteira convosco, correm o risco de ficar molhados...
Só aviso que nunca mais me apanham noutra, mas a passagem de ano era de valor ser na Serra, que corta...lol
LT
Muito bom...Ainda estou a chorar a rir!
Abraço
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